Braun

Fonte: G1

Vítimas depositam dinheiro para aluguel, mas caem em golpe. Jornalista pagou parte do aluguel e adiantamento para reforma, mas não conseguiu a casa para a virada do ano.

Com as férias de janeiro e com a pandemia, muita gente está procurando alugar casa para temporada. Mas é preciso ter cuidado no momento de fechar o contrato para não cair em golpe.

Depois de 10 meses de quarentena, a jornalista Elaine Cutrim havia decidido passar a virada do ano em uma casa com piscina e área externa. Ela encontrou uma opção em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, e fechou o negócio em outubro do ano passado.

Elaine depositou R$ 1.750, metade do aluguel, e recebeu o contrato. O nome da locadora aparece como Roseclair Stephany Silva.

Mas no início de dezembro, Elaine recebeu da mulher a seguinte mensagem: “Eu aluguei a casa para uma família que infelizmente me deixou com um prejuízo muito grande na cozinha e vou precisar fazer uma mini reforma. Eu queria ver com você se é possível adiantar R$ 500. Porque eu infelizmente não tenho agora e se eu não conseguir, vou ter de cancelar o contrato e fazer o reembolso para vocês”.

A jornalista contou que, mais uma vez, o depósito foi feito. Só que depois disso, a locadora sumiu. “Ela passou a não responder mais às nossas mensagens nem às nossas ligações. A gente descobriu que ela tem mais de um celular, mais de um perfil de Whatsapp e usa fotos diferentes, de pessoas diferentes nesses perfis”, contou Elaine.

Cuidados na locação

exigir contrato

checar endereço

desconfiar de preços baixos

suspeitas de pressa

Uma outra pessoa, Patrícia, mandou mensagem para Elaine na internet dizendo-se outra vítima da golpista.

“Boa tarde, Elaine, você conhece esta Roseclair? Ela nos deu um golpe, pagamos por um aluguel de uma casa e ela simplesmente sumiu”.

No caso de Patrícia, a casa em Cabo Frio, também na Região dos Lagos, até existia, mas tinha mofo, janela quebrada e rede elétrica precária. Patrícia ia passar toda a semana do Natal, mas foi embora no dia seguinte. E ficou com o prejuízo de R$ 2 mil pagos pelo aluguel.

Vítima em outro estado

Os golpistas também fizeram vítimas em outro estado. O jovem Hugo é de São Paulo e divulgou em grupos no Facebook que queria alugar um apartamento de temporada em Copacabana, na Zona Sul do Rio e, rapidamente, recebeu mensagem de uma pessoa oferecendo um imóvel.

“Essa pessoa entrou em contato comigo dizendo que tinha uma locação de um amigo, que eles alugavam juntos para temporada. E foi onde eu me senti interessado por conta do preço e comecei a pedir foto, pedir informações, pedir documentação, pedir conta de luz, e tudo batia, tudo estava nos conformes”, disse Hugo.

Confiante, Hugo fez o depósito e o negociador desapareceu. “Para que eles pudessem enviar o contrato de locação, eles alegavam que precisavam de 50% do valor para fazer o contrato, para já reservar, para ficar tudo certinho, e enviar o contrato. Foi onde a gente fez esse depósito e no mesmo dia eles disseram que iam enviar. A gente esperou chegar até o final do dia, não enviaram. A gente esperou até o dia seguinte, para dar o tempo deles, e foi onde já não conseguíamos mais contato. Não respondiam, não atendiam e foi onde a gente ficou em choque”, disse Hugo.

Para evitar aborrecimento e prejuízo, a pessoa que está alugando um imóvel de temporada tem que exigir o contrato de aluguel. E checar se o imóvel existe mesmo naquele endereço. Outra dica importante: desconfiar de preços muito baixos e do locador que cobra rapidez para receber o pagamento.

A delegada dá outra dica. “Você também pode pedir para fazer uma ligação de vídeo, uma chamada de vídeo com a pessoa onde a gente vai ter pelo menos uma imagem de com quem você está falando. Essa pessoa não vai se esconder no anonimato que geralmente só fica com mensagens via Whatsapp. Então, essa imagem quando você estiver conversando com esse proprietário você aproveita para printar a tela, que você vai se munindo de informações”, disse a delegada.

O advogado Daniel Becker diz que é fundamental buscar aluguel por temporada em plataformas seguras, que ofereçam segurança tanto para o locatário quanto para o locador.

“É importante você avaliar a reputação, ver todos os comentários que foram feitos sobre aquela locação, ver quantas estrelas aquele locador recebeu e mais importante, se fizer por fora de uma plataforma, você estabelecer muito bem as cláusulas, o que você espera, o que vai ser garantido para você naquela experiência, para evitar qualquer surpresa depois, que você não consiga levá-la ao poder judiciário”, disse o advogado.

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